A fotografia contundente de Nona Faustine

Por Lívia Kessedjian

Hoje eu queria que vocês conhecessem o trabalho de uma artista que conheci (e já virei fã) há pouquíssimo tempo, mas acho que todos deveriam saber mais sobre ela.

A fotógrafa e artista visual Nona Faustine nasceu e foi criada no Brooklyn, NY. Seu trabalho é extremamente político e propõe um exame mais aprofundado dos estereótipos raciais e de gênero contemporâneos.

O trabalho de Nona já rodou o mundo, inclusive aqui no Brasil, na  exposição coletiva “Histórias afro-atlânticas”, que aconteceu este ano no Instituto Tomie Ohtake e no Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Sua série que mais gosto é intitulada White Shoes, na qual a artista aparece nua, vestindo apenas sapatos brancos, em cenários, ambientes e locações nova-iorquinas que serviram como palco de violência e racismo durante o período escravagista nos Estados Unidos.

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Os sapatos representam o patriarcado branco e a artista se retrata nua para fazer alusão à forma como o corpo dos negros foi usado e explorado durante a escravidão, e também às diversas questões que envolvem o corpo feminino, negro e gordo, incluindo sua presença (ou falta dela) nas artes e nas mídias.

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Nona Faustine reivindica a inclusão do corpo da mulher negra na história da arte não como objeto sexual, exótico ou marginal, mas como uma forma de repensar relações de poder. 

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“São auto retratos nus em diversos locais que remetem para os 250 anos da história oculta da escravidão em Nova York, lugares desconhecidos ou esquecidos, enterrados sob o asfalto em que caminhamos todos os dias”.

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Incrível, né?

Para saber mais sobre esse mulherão da porra:

nonafaustine.virb.com

www.instagram.com/nonafaustine


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Lívia Kessedjian é fotógrafa e pós graduanda em Fotografia e Imagem pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – Universidade Candido Mendes (IUPERJ/UCAM). Há três anos integra a equipe do Ateliê Oriente. Desde 2017, é professora de fotografia no projeto social Arte com Visão do Instituto Mundo Novo, em Chatuba de Mesquita – RJ. Em 2018, teve seu trabalho exposto no Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco, na intervenção urbana coletiva dos alunos da IUPERJ/UCAM.

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